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 Adeus

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Tanaê
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MensagemAssunto: Adeus   Adeus EmptyQui Set 07, 2017 3:34 pm

Olá, gente. Vim inaugurar a seção com, o que espero, um dia se torne um livro, quem sabe?

Edit: o texto é o primeiro capítulo daquilo que um dia se torne uma história grande o suficiente para fazer um livro. Eu editei de acordo com o que a Mia falou e espero que vcs gostem Smile

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Capítulo 1 - Adeus
 
De olhos acinzentados, o homem entrara em seu apartamento exacerbado e aos tropeços, recebera uma boa notícia e precisava compartilhá-la. A lua cheia evitava a total escuridão da sala, ele nem se deu ao trabalho de acender as luzes. Sem fechar a porta, correu para o quarto aos gritos:
- Amanda, Amanda! Tá em casa? Tá acordada? - Não houve respostas.
- Tenho novidades. – Adentrou o quarto escuro, as janelas fechadas. Acendeu a luz e se encolheu, esperando pela bronca da garota que odiava ser acordada no meio da noite.
Nada.
Ao ver a cama vazia, desligou a luz. No momento em que percebera estar sozinho, o seu ânimo diminuiu, teria que aguardar o retorno da garota para poder lhe contar as novidades.
O entusiasmo continuou a lhe abandonar o corpo, gradualmente, enquanto caminhava até a cozinha. Abriu a geladeira, pegou uma garrafa de vidro com água, bebeu do gargalo e não pode deixar de sorrir pela lembrança​ de sua mãe - que mesmo após perder a sanidade - odiava o antigo hábito do rapaz. "Coisa de porco, menino. Outras pessoas vão beber, sabia?"
Andou até a sala e ligou a luz. Foi quando percebeu que deixara a porta entreaberta. Arrastou-se para poder fechá-la completamente e, ainda no meio do caminho, percebeu o vulto no sofá.
- Amanda? - Não houve respostas. Correu até a garota.
- AMANDA! - Olhou em cima da mesinha de centro e reparou que o pacotinho que deixara ali pela manhã estava vazio. O braço esquerdo de Amanda pendia do sofá e ao seu lado jazia uma nota de dois reais enrolada, o que lhe dava uma forma de canudo.
- O que foi que você fez? O que foi que eu fiz? - Sacudiu o corpo da garota.
Tudo ocorreu muito rápido, uma morena esbelta de curvas avantajadas e olhar penetrante entrou no apartamento. Espantada com a cena, dirigiu-se até o homem ajoelhado no chão, abaixou-se e checou o pulso da garota.
No instante seguinte, ele se viu cercado por paramédicos. Pessoas perambulavam para lá e para cá, dois homens lhe faziam perguntas, a polícia, talvez. O barulho era ensurdecedor e as luzes das viaturas preenchiam o apartamento, ora vermelho, ora azul. As cores foram sumindo lentamente, transformando-se em um cinza opaco. O som ficou distante e não passava de um ruído, quase não se ouvia nada, exceto pela voz do Tim Maia que o homem podia jurar escutar.
 
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
Porque aquele adeus eu não pude dar.
 
A garrafa de água jazia ao seu lado, inundando o carpete e formando uma poça ao seu redor.
 
E eu gostava tanto de você.
 
O que antes era água transformara-se em um lodo cinzento, abrindo um buraco no chão. O homem passara a afundar no escuro, caindo cada vez mais rápido.
 
E eu gostava tanto de você.


Última edição por Tanaê em Ter Set 26, 2017 12:53 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Adeus   Adeus EmptySex Set 08, 2017 5:01 pm

AAAA que maneiro cara. Fiquei curiosa. Leitura bacana me prendeu bastante. E a citação do Tim Maia pra me cativar pra sempre <3 iauhaiuh posta maisss
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MensagemAssunto: Re: Adeus   Adeus EmptySáb Set 09, 2017 2:47 pm

Grrr escrevi um comentário gigante e o pc travou, perdi tudo. Vamo lá de novo...

Primeiramente, seria interessante ter deixado claro do que se trata esse texto. É um prólogo? Um capítulo? Um conto? Vai ter continuação? Não?
Vou escrever o comentário a partir da proposta de se tratar de um conto curto e que não vai ter continuação.

Senti falta de profundidade nos personagens. Tudo o que eu sei sobre o personagem principal é que ele tem um velho hábito de beber água no gargalo da garrafa e tem uma relação com uma pessoa chamada Amanda. Eu nem sequer sei a natureza dessa relação dele com a Amanda. São casados? Namorados? Irmãos? Amigos? Não fica claro. Imaginei que eles sejam casados, já que você sugere que eles moram juntos, mas nem isso fica claro em nenhum momento. Seria muito mais interessante se você tivesse dito, explicitamente, que eles são casados e dito o quanto ele amava a Amanda. Teria tornado a tragédia ainda mais profunda.
Tente pensar em quais informações sobre o personagem poderiam acrescentar à sua narrativa: quem é ele? Qual sua personalidade? O que faz da vida? Qual sua relação com a Amanda? Do que ele gosta? Do que ele não gosta? Eu preciso conhecer seu personagem para poder me identificar (ou não) com ele e poder ter qualquer tipo de reação àquilo que você está contando.
E eu sei que tem muita gente que tem aquela ideia de que, por se tratar de uma narrativa curta, não dá tempo de dar profundidade aos personagem. Bobagem. Veja o exemplo do blues do período ente-guerras. Os caras contavam histórias com toda a profundidade merecida em três versos de quatro linhas (algumas linhas repetidas, inclusive). Claro que é muito mais difícil criar uma boa profundidade num texto curto, mas se sua proposta é trabalhar com esse tamanho, é um cuidado que você vai ser obrigada a se esforçar para tomar.

Cuidado com as frases longas. Você faz uso excessivo delas. É muito mais fácil fazer merda com uma frase grande do que com uma pequena. Você corre riscos altíssimos de cair no vício dos "que"s, de atropelar informações e de cansar o seu leitor. A frase:

"Andou até a sala e ligou a luz, foi quando percebeu que deixara a porta entreaberta, foi se arrastando para poder fechá-la completamente, ainda no meio do caminho percebeu o vulto no sofá. "

...poderia ter sido dividida em pelo menos umas 4 partes:

Andou até a sala e ligou a luz. Foi quando percebeu que deixara a porta entreaberta. Foi se arrastando para poder fechá-la completamente. Ainda no meio do caminho, percebeu o vulto no sofá.

Ao trocar as vírgulas por pontos, você dá mais tempo para seu leitor respirar e compreender o que foi dito. Parece que você estava com pressa de escreve isso e joga uma quantidade absurda de informações numa frase só, fazendo tudo correr muito rápido. Isso dificulta demais a compreensão do seu leitor. Se você quer contar uma história em duas páginas, mas ela exige cinco páginas para ficar boa e concisa, esquece essa bobagem de duas páginas e faz as cinco logo! Você não tem nenhuma exigência editorial que te obrigue a usar apenas duas páginas.
Sua proposta era fazer um texto curto? Ok. Mas um texto com três vezes o tamanho desse aí ainda é um texto curto.
Você se apressou demais, deixou muita coisa aberta, sem explicação. Aqui vai uma lista delas:

- Por que ele estava tão exacerbado (ao ponto de deixar a porta aberta e sair tropeçando em tudo!) e por que ele se acalmou tão facilmente?
- Quem é Amanda?
- Que novidades são essas?
- Por que diabos a menina daria uma bronca nele?
- Por que ele foi se arrastando para fechar a porta ao invés de levantar e fechar como qualquer pessoa normal?
- Que pacotinho é esse? O que tinha dentro? O que isso tem a ver com a morte da Amanda?
- Que canudo é esse na mão dela? Ele foi usado para que? O que isso tem a ver com a morte da Amanda?
- Quem é essa morena que aparece do nada? Qual a relevância da beleza dela para a história? Por que diabos ela aparece? O que ela ia fazer no apartamento? Qual o papel dela na narrativa? Ela é realmente necessária?

É isso.
Não, o texto não está ruim, apesar de eu ter escrito 1 bíblia de críticas. Mas, dá para melhorar bastante pensando nesses tópicos que eu apontei.
Já que você tem interesse em escrita (até comentou que quer fazer um livro, coisa e tal), vou te recomendar um podcast. O Gente que Escreve é ótimo, dá muitas dicas, desde a concepção da história, a forma de colocar o texto no papel, até os meios de publicação desses textos.
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MensagemAssunto: Re: Adeus   Adeus EmptyTer Set 26, 2017 12:51 pm

M. Black escreveu:
AAAA que maneiro cara. Fiquei curiosa. Leitura bacana me prendeu bastante. E a citação do Tim Maia pra me cativar pra sempre <3 iauhaiuh posta maisss
Muito obrigada, eu pretendo super continuar Smile

Mia escreveu:
Grrr escrevi um comentário gigante e o pc travou, perdi tudo. Vamo lá de novo...

Primeiramente, seria interessante ter deixado claro do que se trata esse texto. É um prólogo? Um capítulo? Um conto? Vai ter continuação? Não?
Vou escrever o comentário a partir da proposta de se tratar de um conto curto e que não vai ter continuação.
Eu não ligo para críticas, inclusive as amo e agradeço muuuuito pelo textão. A ideia é de que fosse o primeiro capítulo, como eu disse que pretendia que virasse um livro achei que tivesse ficado claro.

Mia escreveu:

Senti falta de profundidade nos personagens. Tudo o que eu sei sobre o personagem principal é que ele tem um velho hábito de beber água no gargalo da garrafa e tem uma relação com uma pessoa chamada Amanda. Eu nem sequer sei a natureza dessa relação dele com a Amanda. São casados? Namorados? Irmãos? Amigos? Não fica claro. Imaginei que eles sejam casados, já que você sugere que eles moram juntos, mas nem isso fica claro em nenhum momento. Seria muito mais interessante se você tivesse dito, explicitamente, que eles são casados e dito o quanto ele amava a Amanda. Teria tornado a tragédia ainda mais profunda.
Tente pensar em quais informações sobre o personagem poderiam acrescentar à sua narrativa: quem é ele? Qual sua personalidade? O que faz da vida? Qual sua relação com a Amanda? Do que ele gosta? Do que ele não gosta? Eu preciso conhecer seu personagem para poder me identificar (ou não) com ele e poder ter qualquer tipo de reação àquilo que você está contando. 
E eu sei que tem muita gente que tem aquela ideia de que, por se tratar de uma narrativa curta, não dá tempo de dar profundidade aos personagem. Bobagem. Veja o exemplo do blues do período ente-guerras. Os caras contavam histórias com toda a profundidade merecida em três versos de quatro linhas (algumas linhas repetidas, inclusive). Claro que é muito mais difícil criar uma boa profundidade num texto curto, mas se sua proposta é trabalhar com esse tamanho, é um cuidado que você vai ser obrigada a se esforçar para tomar.
Como a intenção é que este seja apenas o primeiro capítulo e eu pretendo apresentar as personagens ao longo dos capítulos, vou procurar responder todas as questões quando for escrever Wink

Mia escreveu:
Cuidado com as frases longas. Você faz uso excessivo delas. É muito mais fácil fazer merda com uma frase grande do que com uma pequena. Você corre riscos altíssimos de cair no vício dos "que"s, de atropelar informações e de cansar o seu leitor. A frase:

"Andou até a sala e ligou a luz, foi quando percebeu que deixara a porta entreaberta, foi se arrastando para poder fechá-la completamente, ainda no meio do caminho percebeu o vulto no sofá. "

...poderia ter sido dividida em pelo menos umas 4 partes:

Andou até a sala e ligou a luz. Foi quando percebeu que deixara a porta entreaberta. Foi se arrastando para poder fechá-la completamente. Ainda no meio do caminho, percebeu o vulto no sofá. 

Ao trocar as vírgulas por pontos, você dá mais tempo para seu leitor respirar e compreender o que foi dito. Parece que você estava com pressa de escreve isso e joga uma quantidade absurda de informações numa frase só, fazendo tudo correr muito rápido. Isso dificulta demais a compreensão do seu leitor. Se você quer contar uma história em duas páginas, mas ela exige cinco páginas para ficar boa e concisa, esquece essa bobagem de duas páginas e faz as cinco logo! Você não tem nenhuma exigência editorial que te obrigue a usar apenas duas páginas. 
É, eu sempre tive dificuldades com pontos e essa sua observação me ajudou muito, enfim, corrigi o texto e espero que agora esteja ok Smile 

Mia escreveu:
Sua proposta era fazer um texto curto? Ok. Mas um texto com três vezes o tamanho desse aí ainda é um texto curto. 
Você se apressou demais, deixou muita coisa aberta, sem explicação. Aqui vai uma lista delas:

- Por que ele estava tão exacerbado (ao ponto de deixar a porta aberta e sair tropeçando em tudo!) e por que ele se acalmou tão facilmente?
- Quem é Amanda?
- Que novidades são essas?
- Por que diabos a menina daria uma bronca nele?
- Por que ele foi se arrastando para fechar a porta ao invés de levantar e fechar como qualquer pessoa normal?
- Que pacotinho é esse? O que tinha dentro? O que isso tem a ver com a morte da Amanda?
- Que canudo é esse na mão dela? Ele foi usado para que? O que isso tem a ver com a morte da Amanda?
- Quem é essa morena que aparece do nada? Qual a relevância da beleza dela para a história? Por que diabos ela aparece? O que ela ia fazer no apartamento? Qual o papel dela na narrativa? Ela é realmente necessária?
Mesma coisa que eu disse, como é apenas o primeiro capítulo essas informações serão abordadas ao longo da história.

Muito obrigada pela dica, vou super ler assim que tiver um tempinho! Aliás, e desculpem pela demora em responder, eu estou atolada de coisas no trabalho durante esse mês :/
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